Quando consigo parar de rodopiar na minha própria vida (a minha repetida, monótona e ociosa vida), surgem pensamentos bonitos.
Hoje, ao caminhar na rua que me viu crescer, vi bem-me-queres (ou malmequeres). Provavelmente, já lá estariam há duas ou três semanas (ou mais)... Mas, se fosse esse o caso, é sinal de que olhei em vez de ver - o que me tira a possibilidade de ter consciência de muitas coisas que me rodeiam.
Primeiro, reafirmei que, de facto, chegou a Primavera. Mas, em seguida, surge uma lembrança.
Tal como eu, muitas outras crianças tinham o hábito de colher bem-me-queres e confirmar o amor (ou falta dele) daquela pessoa especial.... :)
E lá vinha a brincadeira habitual:
- Bem-me-quer, mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer,...
Uma a uma, as pétalas eram retiradas da flor, enquanto repetia, alternadamente, as duas palavras que ditariam a sorte ou o azar do meu coraçãozinho.
E, finalmente, a última pétala revelava o final do jogo.
Resultado:
- Se a última pétala fosse "bem-me-quer", ia contente para a escola ou para casa, consoante a hora do dia;
- Se a última pétala fosse "mal-me-quer", limpava esse resultado da minha cabeça e tentava com outra flor... :) Afinal, ninguém ia saber daquilo... E assim poderia ficar contente e continuar a ter esperança naquele amor de criança.
.
Hoje, sorrio ao recordar a ingenuidade que me caracterizava. Era um tempo bonito, mais natural.
Hoje, sei que as flores não ditam o meu destino. Sei que a vida é um mistério muito mais complexo e imprevisível.
Hoje, eu sei que bem-me-queres, S. :) Sei que seguimos o mesmo caminho e lutamos em vista dos mesmos objectivos.
Mas não resisti. Peguei numa flor linda e singela que encontrei. E, enfim, pude recordar como era boa aquela esperançazinha de criança, ao roubar, com as minhas pequeninas mãos, as pétalas da flor, esperando o desejado desfecho "bem-me-quer".
E, sim, o resultado foi "bem-me-quer". Se fosse "mal-me-quer", sinceramente, não fazia diferença... Não preciso de uma flor que mo confirme.
Mas foi tão boa a sensação...
Como é bom ser-se criança.
Música que associei ao texto:
Sanctus (Aesma Daeva)
Tão perfeitinho. Fez-me lembrar de quando era garoto e andava nos baloiços com o mesmo ar ingénuo, perguntando ou pedindo para me empurrarem mais. *.*
ResponderEliminarBeijinho na testa. *
:)
ResponderEliminarPedro, ser criança é uma sensação que nunca recuperaremos... Mas era bom, não era? :)
Não tinhamos metade das preocupações que temos agora.
É fantástico quando consigo sentir-me como quando era criança, ainda que por breves momentos.
:)
Tens razão. :') (saudades)
ResponderEliminarNão sou nada. Sou normal. Escrevo tão bem como tu. Ora. :)
Ola meu amorXinho :)
ResponderEliminarPois é... Como é bom ser criança: ser inocente, ingénuo, viver simplesmente vivendo, sem pensar numas quantas coisas...
Se essa tua pequena experiência, te levou a outros tempos, vive-a mais vezes, vezes sem conta, porque afinal, Recordar é viver =)
Eu própria passo por essas lembraças/situações tantas vezes... NUNCA quero deixar de ser criança, a serio, sério!! :')
(PS.: Vocês são o mal-me-quer/ bem-me-quer perfeitos: Completam-se... Percebes? :) )
bjinhos pa Tu