Se tudo o que se sente e vive fosse susceptível de explicação (através de palavras), eu não seria eu.
Eu sou aquilo que todos conhecem, mas também sou aquilo que não dou a conhecer...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Olhares (e corações) cruzados...



21h11.

Dois carros cruzam-se numa estrada, já coberta pela escuridão. Estava fresca a terra, estava límpido o céu e vislumbravam-se as estrelas.
Dois carros. Dois carros cruzam-se, portanto... E ao verem-se os passageiros desses dois carros, têm a sensação de que algo há para ser dito pelo outro.
Abrandam. Quase param. Mas, na dúvida, e ao ver que o outro, devagarinho, continuava a sua marcha, cada um deles seguiu em frente. Mas ficou a dúvida.
- Era mesmo ele?
- Era mesmo ela?
Dois carros descruzaram-se, numa mesma estrada. Seguiram caminho. E na cabeça dos dois passageiros permaneceu a dúvida, dias e dias...
- Ele queria dizer-me alguma coisa.
- Eu queria saber o que ela tem para me dizer.
Os carros descansam, mas as cabeças dos passageiros viajam para aquela estrada.
Bem sabem que os momentos são irrepetíveis. Provavelmente, nunca se voltarão a cruzar os carros. Mas os seus corações não se descruzaram naquela estrada.