Se tudo o que se sente e vive fosse susceptível de explicação (através de palavras), eu não seria eu.
Eu sou aquilo que todos conhecem, mas também sou aquilo que não dou a conhecer...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

1 Pe 1, 8

.
.

«Sem O terdes visto, Vós O amais;
Sem O ver ainda, Acreditais n'Ele»
.
.

Desejo-te muitas felicidades, amigo Pe. B.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Suposição...

Vamos supor que HOJE terminei a minha licenciatura...
.
.
.
QUAL A PROBABILIDADE DE EU TER ACABADO DE ENTRAR PARA AQUELE GRUPO CHAMADO "DESEMPREGADOS"??
.
.
.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Vamos sonhar (2010)




No calor do passeio, caminham os pés descalços enquanto os dedos entrelaçados fazem adivinhar desejos, planos,... Olhares trocados transmitem acreditar que é possível.
E, para tornar tudo perfeito, rebaixamo-nos, aconchegados na areia, enquanto o sol se vai, para iluminar outros sonhos...


No mar, fica a sombra, esquecida, de um beijo.
.
.
.
.
.
Texto de participação no Desafio de Verão "Vamos sonhar", lançado pela Girl in Motion do Treck Treck..

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Disparou

.
Ouviu risos, seguidos de murmúrios... De novo, risos.
Instantaneamente, os seus olhos de cor esmeralda abriram mais. Não só para se habituar à fraca luminosidade daquela parte da casa que era mais velha e escura, mas também para tentar compreender como o riso tivera voltado tão cedo àquele lugar.
Entrara na casa sem se anunciar, sem bater, sem pressionar o botão que acciona a campainha. Entrara, simplesmente. Hábito que, sem saber, mantinha desde a infância, desde que aquela era também a sua casa.
Seguiu o caminho indicado pelos móveis comidos e gastos do corredor. Ao fundo, LUZ.
Ao embrenhar-se na luz que embebia a sala, viu o que nunca esperara ver. Mas, sobretudo, viu o que preferiria não ter visto.
Em silêncio, e sem que a vissem, abriu a mala branca que trazia consigo. Queria encontrar a arma, mas não conseguia.
- Por que raio temos nós de ter malas tão grandes? - pensou, irritada.
O estojo de maquilhagem caiu e elas olharam.
- Fui vista. - constatou.
Mas antes que pudessem gesticular ou verbalizar algo, Daniela DISPAROU.
Sabia que não estava correcto. Que matar não era uma prática que aprovasse. Ou, pelos vistos, que aprovasse em circunstâncias ditas normais.
Mas estava fora de si. E, além disso, gostou.
Gostou, sobretudo, de ver o seu reflexo no olhar frio e sem expressão das duas: da que amava e da que odiava; da que era sua confidente e da que era o motivo das confidências.
Se de uma esperava tudo, da outra esperava nada. E a primeira foi quem a desiludiu, foi quem amarrotou a amizade que as unia. A primeira foi a primeira que ela matou.
Roubou-lhes o olhar e manchou as mãos com o sangue. Agora, velhinha, Daniela já lavou as mãos mais que mil vezes. Ninguém parece reparar na mancha de sangue, ninguém parece vê-la. Mas ela nunca deixou de a ver, nunca a conseguiu atenuar.
E os olhos das duas continuam a espiá-la. E os risos continuam a assombrá-la.
.
.
Texto para a Fábrica de Letras (n.º 2 do Desafio de Julho de 2010).